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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Decifra-me ou Devoro-te

O velho enigma apresentado pelo oráculo de Delphos em Édipo Rei: "Decifra-me ou Devoro-te", dizia o oráculo ao confuso Édipo que não se conhecia o suficiente...sábio Sófocles.
Mais sábio ainda meu querido Freud ao extrair daí o Complexo de Édipo, ao explicar nossas escolhas amorosas baseadas na trama de relações familiares, conscientes e inconscientes.
È dificil, ao se conhecer um pouco, negar essa relação escolha-passado-presente-padrões.
Mas o incrível é que esse enigma continua não apenas para o conhecimento de si.
Conhecer e desvendar o outro é um eterno enigma. Principalmente se o outro pouco se conhece.
Em conversa com um grande amigo, cujo nome não posso revelar ou ele corre o risco de ser banido da sociedade masculina por me contar as cafajestices típicas, ao tentar me ajudar a decifrar os enigmas, ele me contou algumas pérolas que valem ser reveladas, e até analisadas:
Um: quando vc sai com um cara e ele não te come logo de primeira, ao contrário, ele se torna quase seu melhor amigo, se mostra um bom ouvinte, gentil, etc... ai, vc pensa: nossa, está interessado! Pois é, meninas...Tudo mentira! Ele só quer garantir a comida do dia seguinte, rs. Verdade!!!!!
Dois: Típico: O cara ta parecendo suuuppperrr envolvido, até fala que tá muito afim de vc e vcs ficam, saem, ficam...Aí ele diz: olha, to com medo de me envover, ta bom demais, tal, etc... e se sai... Claro, vc não entende. Entenda: ele só quer sair de bom, levantar sua auto-estima e garantir a marmita de vez em quando.
E tem mais um bando de coisas que ele me fala e q a gente já sabia, mas não tinha coragem de admitir, mas o fato é que eu continuo na minha eterna pesquisa: O que é o amor?
O que faz um casal? sintoma, sim, caro Freud, concordo.
E o que mais?
O que faz durar?
O que é durar?
enfim...
Quem souber me avisa.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Velha Angs.

A angústia é uma sensação física
que me tira o ar
aperta o peito
dá nó no estômago e me deixa sem palavras
e sem humor :(
Só Frontal e meditação...

Resiliência

Depois do aeroporto vim pra casa
para constatar o deserto da sua ausência.
Gosto de provocar minha dor ao máximo
pra ver o quanto eu a suporto...

Ficar ou não ficar?

FICAR OU NÃO FICAR?
É assim...
Você está lá, na vida – “live in La vida loka” – curtindo muiiitooo ser solteiro depois de mais uma relação amorosa que vinha desgastada e você se perguntava se não era hora de sair e curtir a vida e sua liberdade.
Até que você fica solteiro de novo e pode, finalmente, sair por ai...sem ter que dar satisfações, pode dormir até tarde sem ninguém te esperando pra compartilhar nada, pode olhar pras pessoas interessantes na rua e paquerar livremente, pode beijar muiitooo e fazer sexo casual sem precisar sequer lembrar o nome da pessoa depois...Tudo isso dá uma sensação de euforia maravilhosa, onde você afirma: “Ufa! Essa é a vida que eu quero! Assim eu sou livre.”
Então você está lá começando mais uma das suas noitadas loucas e maravilhosas do gênero “Jamais dormirei” (hahaha) e de repente você vê AQUELA pessoa : Huuummm...sempre quis ficar com ele...delícia...tem cara de ser maior gostoso...
Você vai cumprimentar (óbvio!!!) e ele avisa logo: Tô solteiro! (aff, não acredito!) É, eu também, risinhos aliviados... Que ótimo. Certamente é a hora de matar aquele tesão antigo!
Vocês ficam – uma loucura como deveria ser! O beijo, nossa, era isso mesmo que eu imaginava – aquela sensação de adrenalina, do jeito que eu gosto e o jeito como ele me pega e me olha... Caralho, agora fudeu! Tem que rolar tudo...
Mas não é assim...Não com ele.
Por alguma razão não é um sexo casual...nem dá pra dar logo de cara...
Então vocês saem: tudo aquilo que as pessoas fazem quando estão interessadas: cinema, jantar, vinho, mil conversas interessantes sobre a vida e – que estranho: confidências... uma intimidade diferente...
E você começa a perceber como é boa aquela companhia e que você quer mais...
Naturalmente os encontros vão rolando e quando vocês passam a primeira noite juntos ( já mudou o status de primeira transa pra primeira noite, porque não tem como sair do lado dele depois disso, eu simplesmente não quero que ele me solte, e ele dorme abraçado comigo a noite inteira...bem, parece que ele também não quer me soltar...) de novo sua teoria se confirma: “Caralho, agora fudeu!” Fudeu porque é mesmo tão bom como eu imaginava e mais que isso... fudeu porque a gente tem um entendimento diferente, fudeu porque não é só a química que é maravilhosa, fudeu porque eu posso me apaixonar!
Porque na verdade é bom pra caralho, tem uma química louca e recíproca e vai além... Porque nesses dias que precederam a primeira noite tiveram momentos de troca – uma troca que transcende a química – troca intelectual, troca de percepções sobre o outro, e de repente você começa a conhecer certos detalhes (são eles que encantam uma relação) do tipo: “-Nossa, ele tem um jeito de rir tão bonito quando gosta de uma coisa...ele ri pra ele... Que jeito lindo de criança, ele é sensível...(não parece...)ele é frágil também...e muitas outras coisas...que só dá pra perceber num encontro especial, que transcende o físico...
E vocês começam a se ver mais e os afetos vão surgindo...
Até que vocês – solteiros convictos- chegam a um impasse interno: “-Tá bom demais, mas que que eu vou fazer com isso?”
Bem há duas opções:
Posso correr – sair fora- ir pra bem longe de uma possibilidade de relação; até porque eu já sei que esse negócio de se relacionar dá um trabalho da porra e depois, se isso acontecer, o que será da minha vida de solteiro?
Por outro lado, você fica se perguntando:
Cara, tá tudo tão bom, penso nele pra cacete, quando ele não tá o cheiro dele continua na minha pele, é incrível! – Pra que porra eu vou deixar isso acabar?
Os conflitos são reais!
Relação a dois é, certamente, um dos maiores desafios que há nessa vida de meu deus...
Relação é sinônimo de trabalho e não é só trabalho físico, é psíquico.
Quando eu vivo uma relação eu me espelho no outro, tenho acesso a minha sombra e minha luz, vem a tona o melhor e o pior de mim... A boa relação é a que provoca isso e dá trabalho porque faz a gente se conhecer melhor e se dar conta de um monte de coisas que nem sempre são agradáveis.
A boa relação é aquela que a gente pode se abrir de um jeito que quase nunca faz... É aquela que provoca a transformação do fogo.
E isso dá um medo enorme...
“Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava...”
O fato é que “Aquele ficante” pode ser uma boa possibilidade de amor.
E a gente costuma ter muita dificuldade de lidar com as possibilidades de amor – exatamente por saber que ela é a única chance da gente se conhecer melhor, se tornar uma pessoa melhor e ser mais feliz. O verdadeiro amor é o que liberta.
Adriana Balaguer; Final de Dezembro 08; solteira em SSA.
Hoje ele veio pegar as coisas dele
e deixou no ar uma sensação boa de que nada foi em vão
e durou o tempo necessário para se tornar inesquecível...
Dezembro/08