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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Ficar ou não ficar?

FICAR OU NÃO FICAR?
É assim...
Você está lá, na vida – “live in La vida loka” – curtindo muiiitooo ser solteiro depois de mais uma relação amorosa que vinha desgastada e você se perguntava se não era hora de sair e curtir a vida e sua liberdade.
Até que você fica solteiro de novo e pode, finalmente, sair por ai...sem ter que dar satisfações, pode dormir até tarde sem ninguém te esperando pra compartilhar nada, pode olhar pras pessoas interessantes na rua e paquerar livremente, pode beijar muiitooo e fazer sexo casual sem precisar sequer lembrar o nome da pessoa depois...Tudo isso dá uma sensação de euforia maravilhosa, onde você afirma: “Ufa! Essa é a vida que eu quero! Assim eu sou livre.”
Então você está lá começando mais uma das suas noitadas loucas e maravilhosas do gênero “Jamais dormirei” (hahaha) e de repente você vê AQUELA pessoa : Huuummm...sempre quis ficar com ele...delícia...tem cara de ser maior gostoso...
Você vai cumprimentar (óbvio!!!) e ele avisa logo: Tô solteiro! (aff, não acredito!) É, eu também, risinhos aliviados... Que ótimo. Certamente é a hora de matar aquele tesão antigo!
Vocês ficam – uma loucura como deveria ser! O beijo, nossa, era isso mesmo que eu imaginava – aquela sensação de adrenalina, do jeito que eu gosto e o jeito como ele me pega e me olha... Caralho, agora fudeu! Tem que rolar tudo...
Mas não é assim...Não com ele.
Por alguma razão não é um sexo casual...nem dá pra dar logo de cara...
Então vocês saem: tudo aquilo que as pessoas fazem quando estão interessadas: cinema, jantar, vinho, mil conversas interessantes sobre a vida e – que estranho: confidências... uma intimidade diferente...
E você começa a perceber como é boa aquela companhia e que você quer mais...
Naturalmente os encontros vão rolando e quando vocês passam a primeira noite juntos ( já mudou o status de primeira transa pra primeira noite, porque não tem como sair do lado dele depois disso, eu simplesmente não quero que ele me solte, e ele dorme abraçado comigo a noite inteira...bem, parece que ele também não quer me soltar...) de novo sua teoria se confirma: “Caralho, agora fudeu!” Fudeu porque é mesmo tão bom como eu imaginava e mais que isso... fudeu porque a gente tem um entendimento diferente, fudeu porque não é só a química que é maravilhosa, fudeu porque eu posso me apaixonar!
Porque na verdade é bom pra caralho, tem uma química louca e recíproca e vai além... Porque nesses dias que precederam a primeira noite tiveram momentos de troca – uma troca que transcende a química – troca intelectual, troca de percepções sobre o outro, e de repente você começa a conhecer certos detalhes (são eles que encantam uma relação) do tipo: “-Nossa, ele tem um jeito de rir tão bonito quando gosta de uma coisa...ele ri pra ele... Que jeito lindo de criança, ele é sensível...(não parece...)ele é frágil também...e muitas outras coisas...que só dá pra perceber num encontro especial, que transcende o físico...
E vocês começam a se ver mais e os afetos vão surgindo...
Até que vocês – solteiros convictos- chegam a um impasse interno: “-Tá bom demais, mas que que eu vou fazer com isso?”
Bem há duas opções:
Posso correr – sair fora- ir pra bem longe de uma possibilidade de relação; até porque eu já sei que esse negócio de se relacionar dá um trabalho da porra e depois, se isso acontecer, o que será da minha vida de solteiro?
Por outro lado, você fica se perguntando:
Cara, tá tudo tão bom, penso nele pra cacete, quando ele não tá o cheiro dele continua na minha pele, é incrível! – Pra que porra eu vou deixar isso acabar?
Os conflitos são reais!
Relação a dois é, certamente, um dos maiores desafios que há nessa vida de meu deus...
Relação é sinônimo de trabalho e não é só trabalho físico, é psíquico.
Quando eu vivo uma relação eu me espelho no outro, tenho acesso a minha sombra e minha luz, vem a tona o melhor e o pior de mim... A boa relação é a que provoca isso e dá trabalho porque faz a gente se conhecer melhor e se dar conta de um monte de coisas que nem sempre são agradáveis.
A boa relação é aquela que a gente pode se abrir de um jeito que quase nunca faz... É aquela que provoca a transformação do fogo.
E isso dá um medo enorme...
“Será que eu sei que você é mesmo tudo aquilo que me faltava...”
O fato é que “Aquele ficante” pode ser uma boa possibilidade de amor.
E a gente costuma ter muita dificuldade de lidar com as possibilidades de amor – exatamente por saber que ela é a única chance da gente se conhecer melhor, se tornar uma pessoa melhor e ser mais feliz. O verdadeiro amor é o que liberta.
Adriana Balaguer; Final de Dezembro 08; solteira em SSA.

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