O filme é de uma estética belíssima, poética, é uma delícia de ver. É sublime, delicado.
Quase tão frágil, em alguns momentos, quanto é, em alguns momentos também, o psiquismo dos personagens. (Mas eles não são frágeis o tempo todo).
Fico em dúvida se o filme é pessimista. Acho que não. Acho que é simplesmente como a vida: nem sempre dá certo. OU melhor, nem sempre é como a gente acha que deveria ser.
Os personagens principais se relacionam através de correspondência. Mary é uma menina solitária e Max, um adulto, tipicamente Asperger.
Eles se encontram, de um jeito muito especial, nas suas diferenças.
Só que ela não sabe das limitações relacionais dele e ela vai "avançando" nas correspondências, sem intenção, naturalmente estabelecendo vínculo. Isso provoca em Max enorme crise de ansiedade.
Isso é lindo. É lindo ver o efeito da relação dos dois. É muito interessante ver o eco de um na vida do outro e as transformações geradas a partir disso.
Também achei muito legal a projeção Edípica dela com o pai (só vendo...) e a busca inconsciente de repetir o padrão materno (como é difícil sustentar o diferente do vivido/ aprendido se a gente não se trabalha).
Bem... Esse é meu olhar sobre Max e Mary. Um pequeno recorte, de uma beleza infinita e delicada que é o filme...
Escrito em 17 de maio de 2010
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