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quinta-feira, 30 de setembro de 2010



Alguns dias se fazem mais mágicos que outros...

Para isso, bastam reflexões, intervenções, palavras, sorrisos, afirmativas...

Estava dirigindo, final da tarde, tempo raro intermediário entre a clínica e a faculdade...

Nesse momento o dia ficou diferente:

As cores, mais vivas.

Tocava "Gelous Guy" - Beatles - a música me pareceu mais linda que nunca (mas eu já a amava muito antes);
As placas de propaganda política, que inundam a cidade, sempre tão vulgares, ganharam outro ar, como se todos os políticos tivessem a intenção de trazer progresso e lutar por causas nobres, como se todos fossem honestos, como se nunca houvesse tido ditadura;
Me veio na cabeça a frase "O que tem que ser tem muita força."
Logo a frente, vi meninos soltando pipa, como numa pintura de Portinari, dos meus favoritos.
Todo esse fim de tarde, com o pôr do sol brilhando alaranjado refletia nos meus olhos que ficavam mais claros e brilhantes com um tom de FÉ impresso na minha íris;
todos os tons da cidade ficaram mais vivos;
os faróis mais acesos;
as portas mais abertas;
Nessa tarde onde tudo pareceu um SIM.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010


Tá na vida é pra se molhar
de sangue, suor, lágrimas e gozo.
Tá na vida é pra viver
o que der e vier, tal como ela se apresenta.
Tá na vida é pra ter coragem
de viver cada momento
porque cada momento tem seu sabor e é único.
Tá na vida é pra encarar seus fantasmas,
andar de mãos dadas com o medo, olhar pra própria sombra no espelho
e seguir adiante
Feliz porque não tem mais medo do escuro.



terça-feira, 24 de agosto de 2010

Renovare



Fullmoon, Bluemoon
essa é pra lua
pra uivar
pra amar
Lua cheia me desperta
e nem sempre o meu melhor
um misto de TPM
e vontade louca de sair por aí
um misto de saco-cheio
e apaixonamento pela vida toda
um misto dessa miscelânea que sou eu
meus anjos, demônios...
Toda minha incoerência
incongruência
impaciência
inocência
Toda Minha minha...
Sem morrer a mingua
Porque na minha estação só há "quarto-crescente" e "cheio".

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Gaivota e aquarela


Nem sempre escrevo o retrato fiel da realidade

Também não a mascaro

Gosto de pensar, mas ás vezes meus pensamentos se tornam minha maior tormenta - hoje não.

Escrever escoa

escrever faz o pensar ficar mais leve

escrever me ajuda a voar

a passar

a voltar a ser quem sou...

Escrever salva

Arte salva...

Não há, pra mim, qualquer outra concepção de vida que não seja FAZER DA VIDA ARTE.


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Coragem




Uma criança só aprende a andar se deixar morrer o bebê que há dentro dela - não me refiro a essência, mas a padrões.

Uma nova idade (novidade) só chega se abandonarmos a idade que passou.

Deixar pra trás velhos hábitos;

Desapego;

Coragem pra mudar.

Empunhar armas se necessário pra se engajar nessa luta

de dizer sim pro novo.

" Na vida só resta seguir
um risco
um passo
um gesto
rio afora..."

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Resposta aos comentários da postagem anterior

Eles valem uma nova postagem
porque hoje estou empolgada
porque sou empolgada por natureza
porque vale a pena reiterar o que vcs disseram e reafirmar que sim:
É absolutamente necessário enlouquecer devezemqdo
e Sim, não posso- EU NÃO POSSO - Nunca perder minha criança
da alma; que sou eu
que é a melhor parte de mim;
sem ela não sou
sem ela não há...
Minha prece de todo dia é:
"Meu Deus, permita que eu possa sempre
ver o mundo com a pureza dos olhos de uma criança
Amém"

terça-feira, 27 de julho de 2010

Vida Adulta

Fui ao banco - 3 diferentes -
e não chorei
não me irritei
não gritei com ninguém no meio da rua
(Xinguei baixinho, só pra mim)
É...
Acho que estou virando adulta...
Que medo...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

HANAMI


Amar é se vestir com a pele do outro.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Dúvidas...

Ontem me preparava pra estudar (é todo um preparo até a concentração chegar mesmo...)
Sentada, pra começar, ouço um miado forte vindo da rua. Achei normal, não fui ver.
De novo. Não resisti, fui até a varanda. O miado cessou e vi uma mulher passeando com seu cachorro.
Tive a nítida impressão de que ela tinha posto o cachorro pra pegar o gato, por isso o bichano miava desesperadamente e que esse cão saía com o bichinho pendurado na boca.
Nota: era de noite, rua escura e estava da varanda do terceiro andar.
Além disso tenho uma imaginação fértil.
Fato: desde ontem passo mal, na alma, ao lembrar disso, q não me saí da cabeça.
Nada ficou confirmado e eu fico me torturando no "e se": "E se eu tivesse chegado na varanda no primeiro miado?" "E se eu tivesse corrido atras dela?" E se eu já tivesse conseguido mudar o mundo?"
Ligo pro bom amigo, capaz de me acalmar das loucuras e ele responde, como fala um pai pra filha de 2 anos: "Não, claro q não aconteceu. isso não existe, foi sua imaginação, garanto!"
Acredito, só porque foi ele q disse...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mary and Max


O filme é de uma estética belíssima, poética, é uma delícia de ver. É sublime, delicado.

Quase tão frágil, em alguns momentos, quanto é, em alguns momentos também, o psiquismo dos personagens. (Mas eles não são frágeis o tempo todo).

Fico em dúvida se o filme é pessimista. Acho que não. Acho que é simplesmente como a vida: nem sempre dá certo. OU melhor, nem sempre é como a gente acha que deveria ser.

Os personagens principais se relacionam através de correspondência. Mary é uma menina solitária e Max, um adulto, tipicamente Asperger.

Eles se encontram, de um jeito muito especial, nas suas diferenças.

Só que ela não sabe das limitações relacionais dele e ela vai "avançando" nas correspondências, sem intenção, naturalmente estabelecendo vínculo. Isso provoca em Max enorme crise de ansiedade.

Isso é lindo. É lindo ver o efeito da relação dos dois. É muito interessante ver o eco de um na vida do outro e as transformações geradas a partir disso.

Também achei muito legal a projeção Edípica dela com o pai (só vendo...) e a busca inconsciente de repetir o padrão materno (como é difícil sustentar o diferente do vivido/ aprendido se a gente não se trabalha).

Bem... Esse é meu olhar sobre Max e Mary. Um pequeno recorte, de uma beleza infinita e delicada que é o filme...


Escrito em 17 de maio de 2010

terça-feira, 13 de julho de 2010

Dueto


Eu tentei escapar

e ele, sair pela tangente

Até que ele me chamou atenção

que já éramos "nós"

Mesmo assim, indefinido

O incerto mais constante

Brincadeira mais séria

Quando me dei conta,

"a gente" já existia...

domingo, 11 de julho de 2010

Por uma vida menos ordinária

É o nome de um filme (não lembro que é o diretor, com Cameron Diaz, mt. bom, por sinal, das antigas)
Fui assistir por causa do título. Fato: tudo que sempre busquei - uma vida menos ordinária.
Talvez algumas pessoas sejam felizes dentro do comum, bom pra elas.
Muitas conseguem se conformar, essas talvez sejam as mais felizes, embora eu questione o sinônimo felicidade-conformismo.
Nunca consegui me conformar com formatos pré-existentes, com engolir sem mastigar, com o modelo vendável de felicidade plastificada...
Nem acho que o extraordinário está sempre no grandioso
Muitas vezes a delícia do extraordinário está exatamente em poder observar por trás daquilo q parecia ordinário... e descobrir algo novo
As vezes o extraordinário está no miudínho detalhe do dia-a-dia, que deixamos passar despercebido
O extraordinário está naquele sorriso, cheiro, sentimento, cor, som - que se eu não for capaz de me abrir vou deixar passar e perder pra sempre
o extraordinário é como o diabo: está nos detalhes.


(sem querer tirar a divindade onipresente de tudo que é extraordinário)

sábado, 10 de julho de 2010


Exposição de Goeldi
Caixa cultural
Junho 10
"E se a gente gostar da mesma imagem?!"
"Então é pq somos almas gêmeas"
Hoje percebi: desde março não escrevo
e olha, palavras não faltam
sentimentos excedem
o problema é que, na maior parte das vezes, meu pensamento é mais rápido
do que o tempo da escrita
boa parte das vezes a tormenta mental não dá conta de ser sublimada
Quanda dá conta - caminho da cura
:)

quinta-feira, 18 de março de 2010

experiencia etnográfica na terra do regime, tomo I

Primeiro dia
nada difícil. É que, pra mim, a dificuldade vem com o tempo, ao seguir a rotina. Por enquanto, é novidade, tá bom.
Estou seguindo a dieta dos pontos, semelhante a do vigilantes, e posso consumir até 400 pontos por dia, que equivalem a 1200 calorias.
Dá pra comer mta coisa!
Receita do dia, equivalente a 60 pontos. Inventei, experimentei e ficou delícia!
Ingredientes:
1/4 de abobrinha
meia colher de sopa de cottage
meio tomate
meia col. sopa de azeite
Mangericão, pimenta do reino e sal a gosto.
Modo de fazer:
Corte a abobrinha ao meio, depois corte metade desse pedaço (1/4)
Afervente até ela ficar meio mole
tire um pouco do recheio da abobrinha e rechei em camadas: um pouco de tomate cortado em cubinhos, mangericão, cottage.
pronto!
Bem, agora que passei pelo almoço, que foi acompanhado de peixe e salada, vamos ver como vou me comporta pelo resto do dia...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Diario de campo: uma experiência etnográfica na terra do regime
Passei dos 70 (kilos, não anos) e não tem mais jeito. A única saída é assumir, e procurar ajuda.
Penso nas múltiplas razões que fazem uma pessoa engordar. Genética é, sem dúvida, a mais desculpabilizadora das razões, “é genético”... aí tá desculpado. Pura mentira! Uma sociedade normatizadora como a nossa, definitivamente não desculpa os gordos, nem nada que fuja do suposto padrão de normalidade, arbitrário e perverso.
A outra razão é, sem dúvida a ansiedade. Podemos incluir também uma forma de compensação (precisa-se de prazer pra viver e as vezes a comida é o meio mais fácil, imediato e eficaz de se obter esse prazer, principalmente para as solteiras, hehe, que não tem sexo diário na sua dieta). Mais razões? Compulsão, falta de disciplina, preguiça... nossa, são tantas que fica difícil listar. Mas, sem dúvida a ansiedade lidera um bando dessas razões que podem vir disfarçadas de tristeza, medo, ou até alegria (afinal, o que é uma comemoração sem comida e bebida?).
O fato é que, a humanidade atual sofre de diversos dos males listados acima e muitos nem sequer se dão conta disso. Resultado: entre consumo excessivo de drogas, das mais variadas, entra a comida, como uma droga socialmente aceita e até velada, pois poucos se dão conta de que comer compulsivamente exerce função de droga. Sim, somos muitos os viciados, adictos em comida.
E como mudar isso? Uma abordagem comum para o tratamento de adictos hoje é a redução de danos. “Redução de danos... é uma política social que tem como objetivo prioritário minorar os efeitos negativos decorrentes do uso de drogas” (Newcombe, 1992).
Penso em como fazer isso com o uso da comida. Devo confessar que, nesse momento que escrevo estou comemorando minha decisão de fazer regime com uma despedida ao que tinha na minha geladeira, hehe, e que seria usado para minimizar meu cansaço diário: um salsichão, tipo alemão e uma (várias) taças de vinho tinto seco.
O fato é que hoje eu fui ao endocrinologista. Pensei mil vezes em desmarcar e continuar assim, desse jeito desregrado (extremamente difícil pra uma TDAH seguir regras) e comendo quase que a vontade tudo que me dá na telha. Easy Né? Sim, muito fácil viver assim.
Aparentemente, porque internamente causa, ao menos a mim, imensa angústia não caber nas roupas que eu tenho, estar acima dos 70 kilos e imaginar que meu namorado (quando eu tiver) não vai agüentar meu peso quando eu deitar em cima dele!!! È isso mesmo. Quem nunca sentiu isso que atire o primeiro chocolate!
Fato: eu não quero mais me sentir assim! E confesso que sei que será uma luta sofrida, em muitos momentos, reverter essa situação. Mas também será uma imensa felicidade quando eu puder perceber que estou conseguindo. Sim, porque eu terei vencido, com isso, também o meu imediatismo, a minha indisciplina, a minha angústia de castração (quem não aceita limites e quer fazer tudo ou acha que pode tudo tem sérios problemas com aceitar limites e consequentemente a própria castração).
Assim, me proponho a fazer esse diário de campo, esse registro vivencial da minha própria experiência com um novo modelo de vida. Sim, porque fazer regime não é só aceitar restrições alimentares, é sim, buscar uma nova vida, com novos padrões e com muitas descobertas sobre si mesmo. Aí reside a principal dificuldade e a principal força.
Não sei como vai ser, mas eu vou.Vou me lançar, como faço em todos os empreendimentos da minha vida: com paixão, seriedade e uma certa compulsão, além de obstinação e garra.